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Foto: www.academiamaranhense.org.br

São Luís, MA, 1940.

É poeta.

 

JOSÉ MARIA NASCIMENTO
( Brasil – Maranhão )

(São Luis (MA), 1940),
É poeta, fotógrafo e autodidata.
Tem doze livros de poesia publicados, dentre os quais, Células de esperança (19600 , Turbulência (1995) e Encontros e aflições na Zona de São Luís (2001).

 

POESIA SEMPRE. Ano 15 Número 30 2008. Polônia. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. 178 p. No. 10 381
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA



Sonho

       que coisa terrível sonhou o poeta
para saltar do sonho
feito corça da floresta que arde

a borboleta de sua metáfora
cobriu-o com as asas

e a fechadura descrita
mexeu-se na porta

       

              O prisioneiro

Quanta tristeza —Ezra — um homem humilhado!
As noites e os dias
Divididos em aflições
Com a carência do alimento
Ao teu ser enfraquecido

A sede continua em meio às coisas áridas.
O requinte extravagante
Nos momentos de tortura.


Os canais sujos do teu rosto
Expressam dores vividas.

Quanta vergonha — Pound — um poeta oprimido!
As Nações Unidas
Condecorando carrascos,
Enquanto na Jaula dos Gorilas
O sol queima a tua pele.

Metrópoles e províncias lançam fogos aos céus!
Nas igrejas e nos cafés
Comemoram o fim da guerra.
Somente tu — prisioneiro desnudo —
Não vês os clarões na noite.

São Luís, 20/04/08




Os exclusos      

Um pouco abaixo das raízes dos ciprestes
Estão os mortos,
Exclusos da luz e do vento.

Em outras eras foram sobras contempladas,
Agora — simples réstias
De um estrume raro.

Subiram as águas sobre o cedro escarlate,
Cortado imaturo nas alucinadas matas.
Flutuam os caixões
Nas salmouras empoçadas
Tendo como lastro, ressequidos finos ossos.

Sete palmos famintos
Estraçalham as rosas
Os lírios
Os cravos
Simbolizando o pranto dos que ficaram imunes
Após tamanha queda.

Dolentes acordes nas torres se congregam
Quebrando o silêncio
Dos jazigos seculares!
Dia de Finados — hosanas mil à ressurreição.

São Luís – 12/05/08

 

 

            Poema marinho

Quantas lâmpadas se acendem no ocaso
entre as paredes deste aquário!
Mar, fonte de lustres e vitrais
na dormência das calcificadas ervas.
Soturnas canções das infindas maresias.
Aqui as pedras exibem suas raízes.

Navegam conchas em formato de estrela
pelos canais obstruídos da madrugada.
Vergam-se as algas, asas feridas,
sob impacto permanente do quebra-mar.
Rebentos afloram  em remanso de cardumes,
reflexos lunares formam tapetes.

Um entardecer de semente revela o fruto,
cântaros sem fundo, bilhas quebradas.
Aos milhares as sardinha nadam
sobre o fino caule das hortaliças.
Não prevalece a preamar nos confins do boqueirão
rotativo sarcófago dos navegantes.

São Luís, 16/03/08.

 

 

*
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Página publicada em maio de 2025,


 

 

 
 
 
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